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Politicas educacionais na imprensa

4 de mar. de 2014

PLANEJAMENTO EDUCACIONAL:



PLANEJAMENTO EDUCACIONAL:
DANIELA CORRÊA SIQUEIRA
Licencianda em Letras pela UFRJ
dani_csiq@hotmail.com


Historicamente, sabemos que a educação sempre enfrentou muitas dificuldades no Brasil. No passado sofria com as políticas educacionais implementadas pelos governos militares, que tinham sua orientação voltada para o favorecimento do setor privado e uma constituição que não abraçava a todos os membros da sociedade. No presente, apesar de já termos leis mais bem elaboradas, ainda sofre com o não cumprimento das mesmas ou com planejamentos educacionais que visam um longo prazo, centralizados com técnicas voltadas para eles, mas que não se enquadram nas politicas educacionais, pois as mesmas, mudam rapidamente, levando assim à uma avaliação à curto prazo, resultando na  impossibilidade de avaliar o que se tem de bom ou de ruim. Diante desse quadro, podemos observar que perante as dificuldades enfrentadas pela educação no Brasil, o planejamento educacional é visto com ceticismo não somente pela imprensa, mas também por muitos especialistas da educação, principalmente professores.
Em uma entrevista concedida à revista Presença Pedagógica, Luiz Antônio da Cunha, especialista em política educacional afirma que “a descontinuidade impede a avaliação das politicas públicas e gera atitudes conservadoras na sala de aula”. Presença Pedagógica, Novembro/Dezembro 1995.  O impedimento dessa avaliação em longo prazo faz com que na imprensa nacional, muito se comente sobre a urgência da Educação: “Prioridade em qualquer discurso de quase todos os políticos brasileiros, a educação ainda não é tratada com a urgência que deveria conduzir a votação de leis que pautem a ação do poder público no sentido de promover avanços consistentes, principalmente na qualidade do ensino.” Correio Brasiliense, 29/05/2013.
Esses avanços consistentes são transmitidos pelo discurso jornalístico como uma ideia de planejamento baseado em resultados. Tal visão de planejamento está atrelada a um viés administrativo, ou seja, a um “gerencialismo” no qual o Estado é responsável pelo controle e funcionamento dos rendimentos, sendo que a Educação, ou qualidade de ensino, passa a ser visto como um rendimento, isto é um produto.
Produto que gera lucro e que é muito visado hoje em dia e não é por acaso que, como afirma Luis Antônio da Cunha, desde os anos 90, “hoje a prioridade da educação está incorporada ao discurso de todos os partidos. Mas a população não confia na efetividade do poder público”. 
Essa desconfiança ocorre pelo fato que o poder público centraliza o poder de tal forma que gera uma sociedade pautada no isolamento da população. Além disso, temos também atrelada a concepção de administração, a perspectiva de que é possível controlar a realidade e que através do planejamento e das concepções de planos que foram inaugurados, o sistema Educacional  comporte-se conforme previsto, sem levar em conta as frequentes alterações nas políticas educacionais.
Diante dessas analises cabe-se concluir que a visão da imprensa é muito tendenciosa, já que a mesma e elabora e transmite a ideia de planejamento atrelada à ideia administrativa (muitas vezes clássica) e que no Planejamento Educacional, deve ser levado em conta à realidade política e a capacidade que o Estado tem que ter para colocar em pratica as políticas públicas e o que foi planejado para as mesmas. Contudo diante de uma política de “zigue-zaque” e de tantas alterações é possível que tudo seja analisado, chegando a uma solidificação, como por exemplo, as sequencias em series, mas para isso é necessário um longo período de implantação das medidas planejadas.

Referencias Bibliográficas

CUNHA, Luiz Antonio. Os males do ziguezague. Presença Pedagógica, Nov/Dez 1995.