Hítala Fernanda
Pereira Carvalho- BOLSISTA PIBEX/UFRJ
Este estudo aborda a importância da arte como aliada na educação, uma vez que a magnitude que esse tema possui quando estendido ao discurso jornalístico é bastante inferior se comparado a outros assuntos. Através da leitura de noticiários disponíveis no ambiente virtual, é possível inferir a carência de notícias sobre essa questão e, nessa perspectiva, também desvelar as razões pelas quais isso acontece, a partir de um olhar mais crítico.
A arte sempre acompanhou a
evolução da humanidade, todavia, seu espaço no ambiente educacional ainda é
demasiado pequeno, quando se comparado às demais áreas do conhecimento. O
ensino da arte foi implantado no Brasil, em 1816, com um caráter bastante
elitista. Em seguida, após a Revolução Industrial e o surgimento da “hora do
lazer”, a arte passa apenas a preencher as horas vagas da nova sociedade que
emerge, fazendo-a ser desfavorecida no cenário social. Por essa perspectiva que
este trabalho, como parte do projeto de pesquisa “Políticas públicas, produção de conhecimento e discurso jornalístico” procurou se desenvolver, com uma das primeiras
reflexões como bolsista PIBEX do projeto de Extensão Políticas educacionais na
imprensa, vinculado ao referido projeto de pesquisa.
Através do então projeto que
visa a publicação e análise das políticas educacionais divulgadas pela mídia do
Brasil foi possível depreender certa ausência de notícias relacionadas à educação e arte. Para verificar tais premissas, o estudo
se baseou na metodologia da análise de discurso crítica, realizadas a partir do
noticiário disponível sobre o tema.Como ponto de partida foi utilizada a
publicação de uma proposta aprovada pela Comissão de Educação da Câmara dos
Deputados que visava a obrigatoriedade da dança e do teatro como disciplinas no
ensino básico em -04 de novembro de 2013- até o período de 04 de março de 2015,
quando começou o estudo. Valendo-se das palavras chave “ notícias sobre educação e arte”, na
plataforma Google, durante esse período de 17 meses, obteve-se um total de 39 notícias relacionadas ao tema.
Após o
quantitativo de 39 foi feita uma categorização de tais notícias, encontrando-se
5 notícias produzidas por universidades, 9 por jornais ,13 em portais/associações/agências, 11 por Prefeituras e 1 de Revista. Nesse ínterim já foi possível considerar a pequena e/ou
quase nula participação dos grandes veículos midiáticos, que aqui foram representados
apenas pelos portais G1 Educação e Uol Educação.
Em contrapartida, assumem a
liderança os portais sem fins lucrativos e independentes como o Cultura e
Mercado. No tocante ao conteúdo, é notória a
informação bastante enxuta, o que torna o educador Paulo Freire, e seu livro “Extensão ou comunicação?”, uma
das referências quando relacionamos o ato de “comunicar” dos veículos de mídia
ao “extensionismo” da mesma.
É sabido que o conteúdo está sujeito ao espaço, ao
público e ao momento histórico a que pertence, e com destaque para a educação e
arte, se tem como resultados parciais,uma vez que o estudo está em andamento,que
a pouca presença na mídia muito tem haver com o grau de relevância que a arte recebeu
ao longo dos anos, e hoje,com a aprovação da
proposta, nota-se a urgência em torná-la presente na comunidade escolar como agente
transformador, num país em que a necessidade em estabelecer mudanças nesse âmbito fica
cada vez mais explícita. Apesar do tratamento dado à arte ser ainda bastante
inferior no Brasil, estudos e experiências profissionais inovadoras comprovam e
deixam bem claro que ela, pode sim, ser uma alternativa eficaz para a melhoria
do nosso ensino e portanto, cabe à mídia
o papel de ajudar na divulgação para que se torne mais visível e
presente no ambiente escolar.
Referências
FREIRE,Paulo. Extensão
ou comunicação? 6.ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1982.
BARBOSA,
Ana Mãe. COUTINHO, Rejane Galvão (org.). Arte-Educação como mediação
cultural e social. São Paulo: Editora UNESP, 2009.
POLÍTICAS EDUCACIONAIS NA IMPRENSA BRASILEIRA.
Rio de Janeiro:UFRJ/PROEDES,2012-