Mariana Apoteker2
Hoje em dia, não é mais necessário telefonar
para um restaurante a fim de pedir a comida, basta acessar o site pela internet
e fazer seu pedido; fazer compras no shopping está ficando ultrapassado, hoje,
as pessoas compram online; os telefones celulares são multifuncionais e a
função menos importante é a de fazer ligações - é a era dos smartphones - e os livros já não são os mesmos, eles
possuem uma versão digital. As novas
tecnologias invadiram o cotidiano da população que está cada vez mais
entusiasmada com os benefícios trazidos por elas. Não é difícil encontrarmos na
rua, no ônibus, no shopping, no supermercado, em um bar com os amigos, em uma
sala de espera de um consultório médico ou até mesmo, nos automóveis, vestígios
de tecnologia. Em toda parte, lá está ela como elemento integrante do dia-a-dia
dos cidadãos.
A
sociedade do século XXI segue conectada em tudo que acontece no mundo virtual e
esse fenômeno não se restringe aos adolescentes, todas as gerações estão
participando ativamente dessa febre tecnológica e para todo o lado, em qualquer
lugar, tem gente olhando a telinha de um smartphone, tablets, ipods e etc.
Nessa sociedade hitech, como e onde podemos encaixar uma escola que não seguiu o
mesmo ritmo de desenvolvimento e que possui traços extremamente tradicionais?
Crianças que usam aplicativos e jogos interativos em tablets e smatphones
conseguiriam ver um sentido na escola que estamos habituados? Segundo a
Diretora Pedagógica da Mind Lab, Sandra Garcia, (Revista Veja, 01/07/12)
Hoje, entrando no século XXI, a sociedade mudou e as necessidades são
outras. É imprescindível transformar a prática da sala de aula para dar conta
destas novas demandas e contemplar estes novos saberes sobre o aprender e o
ensinar(...).
Parte do fracasso escolar está relacionada à
desmobilização dos alunos dentro dessa estrutura tradicional, pois,
infelizmente, apesar do desenvolvimento do país, ainda estudamos em uma
instituição que foi fundada por jesuítas onde, em geral, encontramos uma
estrutura de ensino que impõem práticas tradicionais (salas de aulas com
quadro-negro a giz, carteiras individuais, avaliações individuais, organização
fragmentada e etc) e que não se encaixam nos padrões de vida da população atual.
É preciso aceitar a realidade vivida hoje pela sociedade e querer mudar, querer
melhorar desde sua organização até a maneira com a qual trabalhar os conteúdos
nas escolas.
A mudança no ensino está começando a acontecer
na rede de escolas municipais do Rio de Janeiro. A partir de abril desse ano,
as escolas municipais irão receber um kit (computador com acesso à Internet e
projetor) que será instalado em todas as salas de aula do 1o ao 5o
ano. Os adolescentes do 6o ao 9o ano já desfrutam da
novidade e aprovam a nova proposta de ensino. Com o kit, é possível aproximar
os conteúdos trabalhados em cada disciplina com a realidade dos estudantes, a
aula torna-se mais interativa e desperta interesse, e como resultado dessa
inovação “mudarão os materiais pedagógicos
e mudarão as competências dos estudantes. Os alunos do futuro serão pessoas criativas,
abertas e colaborativas” (COSTA, Gilberto. Agência Brasil, 30/06/12), conforme uma previsão feita pelo
professor da Universidade de Ottawa (Canadá), especialista em internet.
Os educadores também precisam participar
dessa mudança, já que, num mundo onde impera elementos tão inovadores, não há
mais necessidade de professores de informação, mas de professores do saber.
(CHARLOT, 2012)
O
professor do saber é um professor que ensina a entender o mundo, a entender a
vida, responder a perguntas. O professor da informação está historicamente
morto, porque nenhum professor pode entrar na concorrência com o Google.
É importante perceber que a tecnologia usada a
favor do ensino tem objetivo e não é apenas um elemento para mostrar
modernidade, mas uma maneira eficaz de ensinar de forma interativa e próxima do
mundo dos alunos proporcionando um ambiente personalizado e dinâmico, contrário
ao da escola tradicional.
Apenas a tecnologia não é capaz de acabar com
o fracasso escolar vivido hoje, ela é apenas um dos diversos instrumentos que
podem ser usados para a superação desse fracasso. É preciso, também,
compreender a necessidade de preparar os educadores para trabalhar com esse
modo inovador de ensino, para que haja sempre foco no conhecimento e pensamento
crítico dos estudantes.
Referências:
Agência
Estado. Revista Veja. Tecnologia pode
ajudar na educação. – 01/07/2012 – São Paulo, SP. Disponível em: http://politicaseducacionaisnaimprensa.blogspot.com.br/ .
Acesso em: 07 de março de 2012.
Agência Brasil. Pierre Lévy prevê substituição do livro
didático e do caderno por computadores e tablets nas salas de aula. Gilberto
Costa. – 30/06/2012 – Brasília, DF. Disponível em: http://politicaseducacionaisnaimprensa.blogspot.com.br/ .
Acesso em: 07 de março de 2013.
O
Dia on line. Rede pública terá
tecnologia digital na alfabetização. André Balocco – 25/01/2013 – Rio de
Janeiro, RJ. Disponível em: http://politicaseducacionaisnaimprensa.blogspot.com.br/ .
Acesso em 07 de março de 2013.
RCE.
Revista Contemporênea de Educação no13. A mobilização no exercício da profissão docente. – janeiro/julho de
2012 - Bernard Charlot. Disponível em: http://www.revistacontemporanea.fe.ufrj.br/index.php/contemporanea/article/view/170/148 .
Acesso em: 08 de março de 2013.